sábado, 1 de novembro de 2008

“Mod” é Moda e Stone Roses é “Medchester” para o "Rock"do Multishow



Não fiz esse blog pra chochar, mas de uns tempos pra cá anda difícil. O programa de tevê do filho da Rita Lee, no canal Multishow, começou resgatando histórias interessantes e pouco contadas do rock nacional. Na segunda temporada, inventaram de querer contar todo o universo do rock. Sabe como é, emprego tá difícil. Mas o Brasil não é exatamente conhecido por uma bagagem roqueira sequer razoável. Culpe a distância, momentos nacionalistas da mpb, a ditadura militar, o protecionismo do mercado, e também uma certa dose de preguiça e falta de interesse mesmo. Mas no geral, as coisas por aqui no quesito rock estão sempre uma geração atrasada.

Daí então, querer contar a história do rock a partir da boca de músicos brasileiros é, no mínimo temerário (e no caso desse programa, defenda-se ao menos a participação de Paulo Ricardo, que era bom jornalista musical nos anos oitenta). Espera-se então ao menos um razoável almanaque de informações genéricas, que não dá pra exigir compêndios de programas de tevê. Agora engolir que Mod é abreviação para a palavra MODA? E chamar o movimento que rolou um Manchester (UK) no final dos anos oitenta de MEDCHESTER? Dois exemplos (ainda que involuntários, assim espero) de achar que o Brasil e a lingua portuguesa estão no centro do mundo (com certeza náo exatamente no caso da história do rock). Nem deve ser culpa do filho da Rita Lee, mas imagino que nem Google o pessoal ali da produção saiba usar?

Mod, subcultura que foi gigantesca na Inglaterra no final dos anos 50 (a ainda persiste e vez outra tem seus revivals, como a modinha "be english" aaarrgh!), vem de “modernist” (os modernistas e seus correlatos beatnicks da geração pós Segunda Guerra Mundial). Um bando de garotos duros, que investiam todos os trocados em moda própria, é verdade, e com muito orgulho. E a cena que uniu indie rock com dance e psicodelia foi conhecida como MADchester, que toda uma nova geração parecia ter enlouquecido com a cultura rave. Poderia ser birra por um involuntário erro de grafia, mas alguma besta estampou na tela “medchester” em letras bem grande, no meio de um info do programete. Então, daí é demais. Analfabetismo simples (afinal, 10% do país ainda nem sabe escrever português) ou quem redigiu essas bobagens já tá "sequelado" demais? (rock'n'roll!!)


(o cartão original do clube no New Order em Manchester, templo da Madchester - e também pro pessoal daqui conferir e parar de grafar Haçienda com "c simples", ao invés do correto com cedilha)


Um grave problema que rola há tempos por ai é a tal cultura do “EU OUVI”, quando vira verdade "o que alguém me contou" e tudo bem. E os blogs, é claro, contribuem bastante pra isso. Nada a ver com jornalismo, é claro, mas bobagens assim a gente sabe que acabam virando mesmo "verdade". E daí já imagino muita gente amanhã já dizendo nas ruas que Mod vem de Moda. De certo modo, acabamos voltando para tempos antigos, onde a cultura era transmitida mais de forma verbal (ainda que antes esse papel fosse de gente mais velha). Mas confesso que tem vezes que mais parece a volta daquela cultura da fofoqueira do bairro, sabe?


AMERICAN GIRL


(os dentões cheios de sabor da talentosa Estelle)


Estou vendo agora o clipe daquela música ótima da Estelle, com participação do Kenye West (seis meses e ainda não enjoou!). Nesse disco delicioso, a cantora britânica vem toda preparada para o mercado americano. Lembro dela reclamando, há uns dois meses, do aparelho que os executivos lhe impuseram nos dentões equinos, e que ela só tiraria 30 dias depois quando estivesse desembarcando nos EUA. Estelle reclamava da comida que ficava presa no aparelho, rss... Humm, na hora me veio a velha piada a respeito da (falta de) higiene bucal britânica.

RAPIDINHA DE HAMILTON E NICOLE

E como hoje pelo jeito é dia de fofoca, e tem Fórmula Um (evento que eu tou pouco me lixando desde que o Senna foi desta pra melhor; e deve estar mais "chatinho" aqui em São Paulo sem o Bahamas, não?), sabe-se que o piloto Lewis Hamilton namora a vocalista lider do Pussycat Dolls, Nicole Scherzinger (que está no Brasil, sendo pouco reconhecida - não devem ter contado a ela pra não se preocupar, que o Kassab fechou o Bahamas). E o sujeito trata a moça assim: numa recente premiação musical britânica, já nos bastidores, o piloto não permitia a aproximação de nenhum "macho" junto da moça. Do tipo "cai fora!", assim mesmo, bem fino. Incluindo o moçoilo que acabara de apresentar junto com ela um dos prêmio no palco e que saiu ali de perto rapidinho, bem assustado. E a gente vê aqueles clipes das Dolls tão auto-suficientes, rss...

Häagen-Dazs Mix Music e The Donnas
Hoje tem Häagen Dazs Fest. Quando vi o telão de balada na loja da Oscar Freire, confesso que não entendi e fiquei ultrajado com a quebra do sossego naquele refúgio (as peruas locais fogem dos usuais + de 50% de gordura daquele sorvete). Depois que soube do festival, ficou a dúvida. O que é melhor, esse sorvete (que vai ser servido free) ou a música?. Agora com aquele creme de leite todo, muita dança e bebida também free, a principal pergunta agora é: terão banheiros suficientes? E todo mundo sabe como os festivais daqui tratam a gente nesse quesito (só me lembro do último Terra, onde essa questão foi tranquila). Agora dj set do VHS or Beta é sacanagem. Pra que trazer metade de uma banda tão bacana só pra isso? E domingo tem show das Donnas na matinê do Inferno (!!!!), também em São Paulo. Elas começaram punks e garageiras, hoje andam mais próximas do mainstream, com hardrock que remete para o heavy, mas ainda muito boas.

Perguntinha: Uma tosqueira honesta (a vocalista tem carisma) como Paramore consegue levar mais gente num show que muitas das atrações do último Tim Festival(!?). Por que será?

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Fisherspooner com Mortadela na Bienal



É sempre divertido escrever sobre o circuito das artes local. O show especial do Fisherspooner, na abertura da Bienal, demonstra bem isso. Bem, só veio metade do duo novaiorquino, mais as dançarinas e o telão divertido de danças em construção. Casey Spooner declara adorar São Paulo, e com certeza levou pra casa muitas lembranças interessantes. A novela latina começou com um daqueles refrescos na carreira que qualquer artista costuma sonhar, o convite para uma apresentação que extrapolasse o conceito de um simples show. Cálidas terras, nem tão logo lhe chegou a notícia de que a verba teria que ser cortada em 60 por cento. E depois, seguido de outro corte de 20 por cento feito há duas semanas do evento em si. Casey desabafou aqui e ali dizendo que deu mais trabalho “desmontar” o que havia previsto para a apresentação do que o que sobrou a fazer. Mas acabou encarando a vinda pra cá (só ele, sem o parceiro que teria ficado “no estúdio”) por conta do compromisso com os fãs brasileiros. Humm... ”por conta de problemas com o dinheiro da Bienal, nem sabíamos que viríamos mesmo até pouco antes de embarcar”, declarou o fisherspooner solidário. Deve ter sido por conta disso que o técnico de som, a ser fornecido pela produção, chegou atrasado umas três horas pra passagem de som. Ou então esqueceram de avisá-lo que por aqui a gente atrasa, sabe como é, além de tudo era domingo. Dizem que foi divertido vê-los abandonados, Casey e as dançarinas, a ponto de nem terem o que comer até as seis horas daquela tarde da apresentação. Alguém “da produção” deve ter se tocado, ou ficado com fome também, porque afinal providenciaram sanduíches de mortadela pro músico e pras garotas performáticas. Não sei se não era Sadia, mas Casey deu uma de fresco reclamando que era vegetariano, e ninguém sabia disso? Dá então pra imaginar o porquê de tanta ironia e comentários blasé dele, durante o show, quanto a “importância de um evento para tanta gente das artes”. De qualquer modo, o show foi um arraso. (e me lembra a história da primeira vinda ao país da Chrissie Hynde, vegan radical, cuja coletiva de imprensa foi feita numa descolada hamburgueria por conta do “ar americano do ambiente”; quando descobriu onde estava, a líder do Pretenders interrompeu a conversa jornalística p da vida e saiu pra rua xingando meio mundo; mal educada, não?).

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Meu Top 10 no Bacardi B-Live



Top 10
15/10/2008

Meu Top 10 hoje, na área de notícias do Bacardi B-Live.

CSS – "Move" (Cut Copy Rmx)
Duke Dumont – "When I hear music"
The Ting Tings - "Shut up and let me go"
Hexes & Ohs – "H-H-Highschool"
Kings of Leon – "Sex on fire"
Sam Sparro – "Black & gold"
Apache Beat – "Bloody thrills"
M83 – "Teen angst" (Luciano Rmx)
The Stranglers – "Golden brown"
Mystery Jets - "Two doors down" (Duke Dumont Rmx)



A track do CSS (Move) é grudenta e talvez a que traz melhor o espírito original do primeiro disco. Não gostei muito do clipe, apesar do diretor Top e de ter sido exibido por duas semanas no programa de novidades da BBC. E remix do Cut Copy, mal tem o que falar, sempre muito bom. Duke Dumont é um dos produtores de eletrônica mais badalados do momento, essa que eu inclui aqui (When I hear music) é toda cheia de diferentes momentos, boa pra brincar nas mixagens. The Ting Tings é deliciosamente pop, trucão de produtor que o pessoal descolado lá fora não cai, mas aqui vem sendo endeusando como novidade trend rss... Bem, eu usei no Fashion Teen, aah. A atual faixa de trabalho deles lá fora é uma balada baba horrorosa e grudenta (adoooro!), coisa tosca mesmo. Hexes & Ohs é um daqueles segredinhos indie, delícia. Kings of Leon, rss, outra banda truqueira e dizem que criada pela mãe dos meninos (as composições são de outra pessoa também). No Reino Unido, tocam pra milhares de pessoas, graças principalmente a essa maravilhosa track (Sex on Fire). Sim, eu me rendi (provisoriamente) ao KoL. Electro com muito soul? Sam Sparro! Esse foi o primeiro e bombadérrimo single, acho que ele já está no terceiro. Apache Beat é outro segredo, de Nova York, que volto a falar mais pra frente. Essa aqui (Bloody Thrills) eu também inclui numa coletânea em Cd exclusivo, que está sendo distribuida por uma rede de lojas de roupas em todo o país. M83 é hour concours. A faixa do Stranglers é velhíssima, resgatada por conta do clima (vi no myspace descolado de alguém do exterior, na verdade). E Mistery Jets faz aqueles rockinhos normais mas grudentos, aqui de novo com um tapa do Duke Dumont.

Amanhã eu já ouvi coisas novas então já mudo as preferidas, é claro.

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Brilhos e fetiches de Miss Moss



A versão em ouro de uma das esculturas da modelo Kate Moss, exibidas no primeiro semestre pelo britânico Marc Quinn (a série Sphinx, em bronze pintado de branco), chega à baila no Museu Britânico, a partir do próximo sábado. Quem sabe rola depois um chaveirinho cafona da peça? O penduricalho de sarcófago egípcio de lá é bastante popular (assim como o hipopótamo egípcio rss), mas eu nunca entendi isso de carregar um caixão junto com as chaves. Deve ser pra pessoa sempre lembrar da mortalidade, do quão "desapegado"dos bens materiais deve ser, a cada vez que liga a Pajero também cafona. Afinal, encarar o trânsito não é tarefa fácil.



Mas voltando ao assunto, Marc Quinn já era notório por uma peça feita com o seu próprio sangue congelado. Mas virou celebridade por conta de outra escultura, uma poderosa figura nua de uma mulher (a artista Alison Lapper) sem braços, de pernas atrofiadas e grávida -- exibida por anos em plena Trafalgar Square, região central de Londres. Na época era divertido acompanhar a ignorância alheia, que desconhecia que Alison tratava-se de pessoa real (daqueles personagens trágicos, porém edificantes, que vale um bom filme mas ninguém quer ter o DVD pra ficar revendo em casa), e incomodados por tanta exposição da imperfeição física. Piadas prontas e óbvias: a falta de braços na Vênus de Milo e o p* pequeno do Davi de Michelangelo.

A escultura em ouro foi rebatizada de Siren, talvez pelo barulho que pretende fazer, e a atração pelo brilho dourado que todo animal, incluindo o ser humano, parece ter. Por isso a cor prata acaba sendo mais chique?



No caso de a questão ser de fetiche mesmo, é só conferir e dar um lance por estes stilletos Christian Louboutin, doados e autografados pela própria supermodel. Eles estão num leilão beneficente da Selfridges. Tem também uma guitarra de uns dos caras do Kassabian, mas essa acho que vai encalhar.

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Do you believe in Santogold?



Humm, confesso que não é um dos meus álbuns moderninhos preferidos. Uma coisa meio reggae, abusada e muitas vezes repetitiva. Mas o disco não sai do CD player do carro (talvez por preguiça minha), tem algo de punk na garota. Santogold vem do Brooklin, mas ela se chama Santi White e nasceu na Filadélfia. Na turnê que vem fazendo, a musicalidade tem sido elogiada, mas a performance bem gongada. Então a comparação com a M.I.A. permanece. Me dá a impressão de que não gosto, mas eu não consigo parar de ouvir!

Yelle não é amarelo!



A cantora Julie Budet está dando uma passadinha por São Paulo. Yelle, como ela é mais conhecida, deveria significar “You Enjoy Life” (abreviado pra YEL, meio forçado né?). Mas pra muita gente é “amarelo” em francês (na verdade, amarelo é “jaune”). Talvez pelos excessos de cores cítricas dos fãs de tecktonik (aquela dancinha ridícula mas do bem). Vixê, eu ando usando muitos parênteses, não? (porque dá preguiça de tentar escrever melhor, ahaha).

Se você se pergunta como a francesa baixou por aqui tão de repente, a história é bem simples. Uma amiga londrina, jornalista (www.imyouare.com), notou que a Yelle estaria fazendo shows em Santiago, do Chile (sem parênteses, ahaha, ops!) e havia um buraco na tour dela. Porque então não dar uma ligadinha pro Hidalgo (um dos donos do Clube Glória) e ver o que acontece? Topas? Topou e foi simples assim, temos ela também em São Paulo. Questão de oportunidade e um pouco de visão, garantindo diversão pra todos, inclusive pra fofa da Julie. Parece que ela está fazendo um documentário a respeito de toda essa tour pelas Américas, alguém vai encarar?



O flyer também foi feito pela Yelle, ou alguém da equipe dela.

Black dots: o principal sucesso da Yelle, “Je Veux Te Voir” sampleia o groove e a idéia principal de “Short Dick Man”, do 20 Fingers, track que o DJ Edu Corelli já vinha tocando (resgatada do precioso baú dele) beeem antes do hype de 2007 (e eu havia também surrupiado do dj amigo para o meu set). Já “À Cause des Garçons” abriu algum desfile da Moschino, acho, no ano passado.

sábado, 27 de setembro de 2008

Juice People

( 1 9 2 5 - 2 0 0 8 )



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Meu primeiro post

Vamos ver como funciona isso de blog? Humm, o dia que prometia visitas a muitos amigos rendeu sõ grandes cochilos e uma visita ao mercado. Pistaches e Twix. Ainda sofro de jetleg, e o Skol Beats de hoje me anima taaanto que já vou providenciar o desempacote dos lindos DVDs que eu trouxe de viagem e o cobertor no sofá. Megafesta só dá pra encarar por trabalho, pra mim a diversão é mais o olho no olho. Porque então você pode conferir se os pés também dançam de verdade na pista - ao invés de ver apenas os ombros balançantes da massa humana à frente, na dúvida se por conta da música ou por causa dos estímulos em excesso e da bebida. Balança mas não cai, de tão cheio que tá. É claro que, se funciona, vira uma linda cópula musical por parte da multidão. E sem querer desmerecer tantos bons talentos, é sempre mais fácil tocar pra grandes (e bêbadas) pistas, isso todo dj sabe. De qualquer modo, desejo sucesso mais à noite aos queridos do Montage (apesar do horário irritante de tão cedo), muita paciência com o som ao vivo barulhento do Justice e que os amigos endoideçam com a grandiloquência do Sebastian Ingrosso e do Steve Angello. Bombado que só. É só mesmo pra festival assim.

Viktor  Rolf Because Were Worth It!
capa do DVD Viktor & Rolf: Because We're Worth It!, que conta os bastidores da trajetória da dupla no mundo da moda. Depois eu conto.